Com mais de 50 000 obras expostas ao longo de duas décadas, a SP-Arte chega à 20ª edição mantendo a busca por tendências e novidades do cenário artístico nacional. De 4 a 7 de abril, o Pavilhão da Bienal vai reunir galerias, estúdios de design, editoras e artistas de várias regiões do Brasil e de países como Uruguai, México e Argentina.
Dos 41 expositores que integraram o primeiro ano da feira, criada em 2005, desta vez serão mais de 190 representantes, todos com obras à venda nos estandes. De jovens expoentes a grandes nomes da arte brasileira, a feira traz um panorama de artistas.
“O esforço e o frio na barriga continuam os mesmos, com o desafio de manter a voz do Brasil no exterior, trazer novas galerias e atrair um público correspondente à expectativa delas”, afirma a fundadora e diretora, Fernanda Feitosa. Para criar esse formato, ela se inspirou nas feiras de arte europeias (clique aqui para ler um perfil da empresária).
A SP-Arte é tida como uma grande vitrine para projetar obras e artistas e contribui para a formação do acervo de museus e coleções particulares. É importante, contudo, ponderar que só estão ali os artistas que têm representação comercial das galerias; os que não têm, não estão.
“A feira é bem abrangente, mas é impossível dar conta de toda produção existente”, observa Regina Teixeira de Barros, curadora coordenadora do Masp. “Ainda assim, funciona como uma locomotiva e dá um impulso no mercado. Quando há momentos de crise, ela tem o papel da estabilidade e movimenta vendas, pessoas, encontros, artistas e todo o sistema.”
Para os artistas, é a hora de se apresentar ao público e criar conexões. “O repertório de obras bastante nacional é uma característica dessa feira”, opina Tálisson Melo, curador e pesquisador do Instituto de Estudos Brasileiro da USP. “Por meio dela, é possível ver como o mercado reage às mudanças do campo artístico, esse olhar que se altera de tempos em tempos. Agora podem surgir novos olhares sobre questões ambientais, por exemplo. A renovação da última Bienal de São Paulo e a participação de um curador brasileiro na Bienal de Veneza também criam novas possibilidades de intercâmbio.”
“A arte vive de símbolos, e a SP-Arte se tornou um deles”, define Daniel Rangel, curador do Museu de Arte Contemporânea da Bahia. Mesmo a 2 000 quilômetros de distância da capital paulista, o museu baiano decidiu aproveitar a data da feira para inaugurar a mostra coletiva Iniciadas: Ancestralidades Contemporâneas, composta por seis jovens. “Queremos fazer parte desse ecossistema que a SP-Arte produz.”
A feira também estimula o processo de doações de obras para grandes instituições de arte do país, com pessoas físicas e jurídicas, que compram e destinam esses trabalhos a locais consagrados como o Masp, o Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM) e a Pinacoteca de São Paulo.
Em sintonia com essa tradição, o próprio MAM terá no pavilhão uma exposição do Clube de Colecionadores, um conjunto de obras de tiragem limitada criadas por artistas brasileiros. “A SP-Arte é importante para reforçar o mercado nacional, pois tem gente que vai ao exterior para comprar obras brasileiras, o que é bem estranho”, pontua Cauê Alves, curador-chefe do museu. “É uma feira forte por aqui e também atrai colecionadores internacionais.”
Em vinte anos, a SP-Arte já expôs estrangeiros como o chinês Ai Weiwei, a colombiana Olga de Amaral e o americano Jeff Koons, além de ter recebido criações de brasileiros célebres como Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti e Candido Portinari.
Atraídas pela seleção anual de obras e criativos, celebridades internacionais como Cher, Kate Moss e Sharon Stone também já visitaram os corredores de edições passadas.
“Um dos nossos maiores desafios é a formação de público e a luta contra a percepção de que galerias são lugares elitistas e pessoas não são bem-vindas. A atuação da feira vai contra isso”, opina Ian Duarte, sócio da Verve, uma das participantes deste ano. “A feira modificou o cenário de artes visuais em São Paulo e toda a forma de pensarmos todo o processo”, acredita Ulisses Cohn, sócio-diretor da DAN Galeria. “Esse é um dos grandes eventos que colocam arte e cultura em pauta sem deixar de ir além do circuito de arte”, completa Jochen.
SP – Arte de 04 a 07 de abril
Parque Ibirapuera, portão 3, Ibirapuera – tel. 3077-2880
Quinta (4) e sexta (5), 13h/20h.
Sábado (6) e domingo (7), 11h/19h
(abertura só para convidados em 3/4).
R$ 80,00. Vendas pelo site: bilheteria.sp-arte.com
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