São Paulo vai ganhar um memorial de luta pela justiça. O termo de cooperação foi assinado hoje pelo Governo Federal e a Ordem dos Advogados do Brasil. O local escolhido para abrigar o Memorial da Luta pela Justiça é um casarão que se tornou símbolo da repressão durante a ditadura militar, é o antigo prédio das Auditorias Militares, na região central da capital paulista.
Depois da reforma, que está prevista para acabar em 2026, o espaço vai ganhar novo significado e será dedicado a projetos de pesquisa, educação e cultura, com o objetivo de resgatar, registrar e preservar a história das violações de direitos humanos no Brasil.
O Memorial da Luta pela Justiça vai ocupar o antigo prédio das Auditorias Militares, na Avenida Brigadeiro Luiz Antônio, uma travessa da avenida Paulista. O prédio é de propriedade federal, mas foi cedido em comodato por 20 anos para a Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo (OAB – SP).
A ideia é criar um espaço dedicado à memória de advogados, ex-presos políticos e acusados durante o regime militar brasileiro. E ressignificar o edifício onde aconteceram as auditorias militares no período da ditadura, para fortalecer a memória e as instituições brasileiras.
Segundo o Memorial da Resistência, durante a ditadura militar, foi nesse local que as auditorias assumiram o julgamento dos então chamados “crimes políticos”, e onde réus acusados de crimes contra a Segurança Nacional participaram de audiências.
Para o ministro de Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, a criação do memorial é importante para manter vivo, na memória do país, o que significou a ditadura militar:
“A ditadura militar no Brasil foi uma tentativa, bem sucedida, de interromper o desenvolvimento do país, foi para impedir que o país torna-se um país soberano. Ela não teve nada de patriótico”.
O acervo foi organizado pelo Núcleo de Preservação da Memória Política que, além de documentos e gravações, também possui relatos de pessoas que passaram pelas Auditorias Militares durante a ditadura, como réus, advogados ou familiares .
São mais de 65 testemunhas, incluindo o advogado José Carlos Dias, ex-ministro da Justiça do governo Fernando Henrique Cardoso, e também integrantes da Comissão Nacional da Verdade.
O edifício é antigo. Construído em 1919, está atualmente desocupado e vai passar por reformas que devem durar 24 meses. A inauguração do Memorial da Luta pela Justiça vai acontecer em 2026.
Fonte Agencia Brasil