Ícone do site Na Paulista e Região

O ADEUS DO CAFÉ GIRONDINO NO CENTRO DE SP

foto Mariana Missiaggia

O aroma de café fresco e o som de conversas animadas, que por décadas ecoaram no Café Girondino, silenciaram-se na última segunda-feira (03). A tradicional casa, localizada no coração da cidade, na Rua Boa Vista, fechou suas portas, deixando um vazio na memória afetiva de paulistanos e visitantes.

Com decoração que evocava a Belle Époque paulistana, o Girondino era um portal para o passado. Mobília de época, lustres de cristal e paredes adornadas com fotografias antigas transportavam os frequentadores para um tempo em que o centro da cidade pulsava com a energia dos cafés.

O estabelecimento, fundado no final da década de 1990, resgatava a tradição dos antigos cafés paulistanos, como o que ocupava a rua 15 de Novembro, em 1875. Instalado em uma mansão do século passado, o Girondino se tornou um dos mais charmosos restaurantes do centro antigo, unindo gastronomia de qualidade a um ambiente cultural único.

A vista privilegiada para o Mosteiro de São Bento, cartão postal da cidade, completava o cenário, tornando cada visita ao Girondino uma experiência singular. O local atraía artistas, intelectuais, políticos e, claro, um público fiel que buscava um refúgio da correria da vida moderna.

Entre as personalidades que passaram pelo Girondino, destaca-se a presença do Senhor Barriga, personagem do seriado Chaves, interpretado por Édgar Vivar, durante sua visita ao Brasil. O ator, conhecido por seu humor e carisma, apreciou a atmosfera do local, imerso em um ambiente que remetia ao passado.

A tristeza pela despedida do Girondino é compartilhada por muitos. Rafael Nunes, ex-funcionário da casa, expressa o sentimento: “É com muita tristeza que vejo esta casa fechando as portas, um lugar onde tive o privilégio de trabalhar e conhecer pessoas maravilhosas, e onde aprendi muito profissionalmente”.

A despedida do Café Girondino representa a perda de um pedaço da história de São Paulo, um lugar que carregava em si a memória afetiva de gerações. Sua ausência será sentida por todos que apreciavam a atmosfera única do local, um refúgio de cultura e tradição no coração da cidade.

Fonte Construir Resistência