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MOVIMENTOS PELA CONSCIÊNCIA NEGRA NA PAULISTA

Realizada por organizações do movimento negro, coletivos, grupos partidários e de sindicatos, nesta segunda-feira (20/11) acontece em São Paulo a 20ª Marcha da Consciência Negra. Com concentração a partir das 14h, em frente ao MASP (avenida Paulista), o ato realizado anualmente defende um projeto de vida para população negra brasileira, em honra à luta de Zumbi e Dandara dos Palmares.

Antes disso, manifestações também acontecem em regiões periféricas da capital paulista. Na zona Norte, o movimento Luta Popular realiza a Marcha da Periferia da Brasilândia em defesa de educação de qualidade, vida digna, saúde pública, cultura e lazer. O ato acontece no domingo (19/11), às 10h, em frente ao Circo Escola Penteado – Av. Padre Orlando Garcia da Silveira.

Segundo a Pesquisa Viver em SP: Relações Raciais, lançada na última terça-feira (14/11) pela Rede Nossa São Paulo em parceria com o Ipec, os shoppings e o comércio em geral são os locais em que há mais discriminação racial, na percepção de quem vive na capital paulista. 8 em cada 10 pessoas ouvidas dizem que há diferença de tratamento entre pessoas negras e brancas nesses locais.

Nas escolas e faculdades, o percentual é de 75%; nas ruas e espaços públicos, 72%; e no ambiente de trabalho, 71%. Entre as pessoas que se autodeclaram pretas e pardas, a percepção de racismo é maior em todos os ambientes pesquisados.

Os números sobre racismo pela população paulistana permanecem estáveis na comparação com as pesquisas dos últimos anos, mas cresceram significativamente em relação ao levantamento de 2019. Naquele ano, 69% dos entrevistados diziam haver diferença no tratamento entre pessoas negras e brancas nos shoppings e no comércio em geral; 64%, nas ruas e espaços públicos; 62%, nas escolas e faculdades; e 60%, no ambiente de trabalho.

A pesquisa perguntou também quais são as medidas mais eficazes para combater o racismo e o preconceito na cidade de São Paulo. Aumentar a punição para atos de injúria racial foi a mais citada (50% da pessoas ouvidas), seguida por punições mais severas para policiais que cometem abuso contra pessoas negras (39%, um aumento de 10 pontos percentuais em relação ao levantamento de 2022). Em terceiro lugar, ampliar o debate do tema nas escolas e incluí-lo no currículo escolar aparece com 38% das menções.

Em relação às medidas que as empresas devem adotar para combater o racismo, as campanhas de conscientização são as mais citadas (44% das respostas). Em segundo lugar, aparece dar suporte/apoio institucional (psicológico, jurídico) para funcionário que sofre de racismo ou preconceito racial, com 41% das menções; em terceiro, com 32% das citações, aparecem empatadas 3 alternativas: sempre se posicionar contra qualquer tipo de racismo ou preconceito racial; criar políticas para banir/bloquear clientes que agrediram/discriminaram funcionários em virtude de sua raça ou cor; e ter canais próprios para denúncias de casos de racismo ou preconceito racial.

A pesquisa perguntou também qual é o papel das pessoas brancas no combate ao racismo. A opção que teve mais citações (50%) foi se informar e se educar mais a respeito. Em segundo lugar, empatados com 41%, aparecem: intervir em situações de tratamento diferente entre pessoas negras e brancas; e se reconhecer como parte do problema, identificando ações racistas nas pequenas atitudes como gírias, piadas, etc. Neste último caso, houve um expressivo crescimento de 16 pontos percentuais em reação à pesquisa do ano passado.

 

 

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