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MASP ANUNCIA PROGRAMAÇÃO PARA 2024 NA PAULISTA

-Jaime-Acioli-Divulgacao

O Masp anunciou sua programação para 2024 e terá como tema central as Histórias da Diversidade LGBTQIA+. O assunto, que pauta todas as atividades do museu no próximo ano, dá continuidade à série iniciada em 2016, com as Histórias da Infância, e explora mais a fundo a perspectiva não heteronormativa das Histórias da Sexualidade, de 2017. Neste ano, o foco foram as Histórias Indígenas.

“O Masp se define como um museu diverso, inclusivo e plural, e isso reflete na programação”, define o diretor artístico Adriano Pedrosa. “São temas importantes que fazem parte do debate cultural e fazem parte do trabalho dos artistas.” Para além de promover uma discussão, o intuito é atualizar o acervo. “Quando escolhemos um tema, ele representa uma entrada importante de obras no museu, ou seja, diversifica o acervo”, ele explica.

O pontapé inicial será uma mostra sobre o coletivo Gran Fury, que produziu campanhas gráficas e intervenções públicas da organização ACT UP (sigla em inglês para Coalizão da Aids para Libertar o Poder), dedicada a denunciar a negligência do governo americano sobre a aids nos anos 80 e 90. Gran Fury: Arte Não É o Bastante ficará em cartaz de 23 de fevereiro a 9 de junho.

Em seguida, será a vez de mergulhar na vida de Francis Bacon, pintor irlandês considerado um dos mais importantes do século XX, em exposição que vai de 22 de março a 28 de julho.
Com uma história conturbada, ele ficou conhecido pelo estilo audacioso de retratar figuras humanas, em especial nus masculinos de amantes e amigos. “É uma figura importante por causa do seu trabalho extraordinário em pintura e também porque dá visibilidade à questão da homoafetividade desde os anos 60”, diz Pedrosa.

Haverá também individuais de dois grandes nomes nacionais, Mário de Andrade (de 22/3 a 9/6) e Leonilson (de 23/8 a 17/11). A ideia da primeira é analisar desenhos, gravuras e fotografias do intelectual modernista levando em conta sua orientação sexual, que foi vista como tabu durante a vida. “Não é escancaradamente homoerótico, mas o conjunto das peças mostra seu desejo pelo masculino”, observa a curadora e coordenadora Regina Teixeira de Barros.

A produção de Leonilson apresenta traços autobiográficos, quase como um diário. O artista contemporâneo, que foi diagnosticado com HIV e faleceu devido ao vírus, pintou sobre amor, companheiros, seu corpo e até a doença. “É uma obra delicada, mas ao mesmo tempo impactante, porque fala com todas as letras sobre a aproximação da morte”, ela comenta.

Em 2024, o museu terá ainda mostras sobre a fotógrafa americana Catherine Opie (5/7 a 27/10), a artista paulista Lia D Castro (5/7 a 17/11) e o grupo argentino Serigrafistas Queer (de 13/12/2024 a
6/4/2025), além de exibições de Maximiliano Mamaní, Tourmaline, Ventura Profana e Manauara Clandestina na sala de vídeo.

A programação se encerra com uma exposição coletiva (de 13/12/2024 a 13/4/2025) com o tema do ano, que reunirá cerca de 200 obras de nomes nacionais e internacionais.
A agenda do museu já está reservada para um assunto em 2025, as Histórias da Ecologia, e deve apresentar mostra sobre Claude Monet.