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MARCO NANINI VOLTA AOS PALCOS E REFLETE SOBRE 50 ANOS DE CARREIRA

Em cartaz no Teatro Antunes Filho, no Sesc Vila Mariana, com o espetáculo “Traidor”, dirigido por Gerald Thomas, Marco Nanini reflete sobre esse momento pré-apocalíptico que vivemos, mas sempre com a leveza, a emoção e o humor que lhe são peculiares.
Na estreia do espetáculo “Traidor”, Marco Nanini tropeçou em uma das pedras do cenário, caiu e machucou o nariz, que pôs-se a sangrar abundantemente. A apresentação no teatro do Sesc Vila Mariana foi suspensa e, depois de 20 minutos de atendimento médico, o ator voltou ao palco para terminar a peça. Ao final, foi ovacionado de pé não só por seu talento, mas também por causa de sua garra e sua devoção à sagrada arte do teatro. Um item cenográfico jamais seria capaz de deter esse gigante ator, que em 2023 está completando 75 anos de vida e 50 de carreira!
“O Nanini é o ator mais intenso que eu conheço. Como dirijo em pé, a um metro de distância, sinto cada respiração dele. Depois, chego no hotel e continuo ouvindo a sua voz. Que prazer é escrever para ele e dirigi-lo. Ter Marco Nanini pela frente é tudo”, celebra o diretor. Em entrevista à 29HORAS, Nanini fala de seu ofício, das redes sociais, da miséria e de aquecimento global.
O trabalho nos dá esse oxigênio, mas é claro que comecei a cuidar mais da saúde, fazer exercícios, parei de fumar há sete anos e hoje cuido da alimentação, não como mais carne de origem alguma. E o processo do teatro, com ensaios, temporada, nos faz ter uma rotina, é preciso estar preparado para enfrentar tudo isso aos 75 anos.
Eu gosto de transitar entre todas essas mídias e descobrir o prazer de atuar em cada uma. Sobre as redes sociais: hoje em dia tenho um Instagram, mas gosto de ver vídeos de natureza, animais e crianças. Gosto de YouTube e faço muita pesquisa por lá. Cada meio tem o seu público.
Na peça, meu personagem está inquieto, emenda assuntos e frases que aparentemente não fazem sentido, quase como um esquizofrênico ou alguém que está enlouquecendo nesse mundo de hoje. O personagem tem meu nome e, para o Gerald, representa uma soma de todos os atores do mundo, mas também dialoga com coisas que eu já fiz. E tudo naquele exercício de estilo do Gerald, que mistura assuntos contemporâneos, tem uma série de citações e referências. É um espetáculo que fala muito mais da vida do que da morte. Tem uma visão apocalíptica de que estamos em um momento muito complexo para o mundo e para a humanidade, mas com algum humor, com um olhar que não é trágico.

Traidor
Em cartaz até o dia 17 de dezembro no Teatro Antunes Filho, no Sesc Vila Mariana.
Rua Pelotas, 141, Vila Mariana
Tel. 5080-3000.
Ingressos de R$ 18 a R$ 60.

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