Em 1988, ano do centenário da abolição da escravatura no Brasil, o curador Emanoel Araújo reuniu, na exposição “A Mão Afro-Brasileira, no Museu de Arte Moderna, trabalhos feitos por artistas negros ou que representassem a cultura dessa população no Brasil. A mostra foi um marco nas artes plásticas brasileiras. Agora, 35 anos depois, o MAM resolveu atualizar essa coleção na mostra “Mãos – 35 anos da mão afro-brasileira”.
São trabalhos em diversos formatos que mostram a potência da produção artística contemporânea. O visitante pode ver esculturas, pinturas, fotografias e até trabalhos com elementos diferentes, como o bordado e a costura.
“Quando a gente pensa em cultura afro-brasileira, a gente não tá pensando em uma materialidade exclusiva. Nós estamos pensando em muitas narrativas. E pra dar conta dessas diversas narrativas é essencial que os artistas trabalhem isso dentro das suas poéticas de maneiras diferentes mesmo.”, explica a educadora do MAM Sansorai Oliveira.
Artistas jovens como Diogo Nógue e May Agontimé se dizem honrados em participar dessa nova edição da exposição: “Eu sinto que eu estou contribuindo com a história desses artistas e revisitando eles, pra que essa história, essa luta, muito antes de mim, continue e signifique novas possibilidades pras pessoas negras repensarem esse lugar da arte como um lugar de potência.”, diz Diogo.
“Mãos – 35 anos da Mão Afro-Brasileira”
Museu de Arte Moderna de São Paulo e Museu Afro-Brasil Emanoel Araújo
Pq. Ibirapuera – Av. Pedro Álvares Cabral
Até 3 de março
Ingressos: R$ 30 de terça a sábado e grátis aos domingos