O Cemitério do Araçá, na Cerqueira César, realiza uma nova edição da visita guiada com homenagem a Eunice Paiva, protagonista de Ainda Estou Aqui, de Walter Salles. A passagem pelo túmulo da advogada, interpretada por Fernanda Torres no filme — que ganhou Globo de Ouro pelo papel — , acontece em passeio comemorativo do aniversário de São Paulo.
A iniciativa é da Cortel SP, que administra os cemitérios São Paulo e Araçá. Ambos terão evento durante o próximo fim de semana, para a ocasião festiva da cidade, nos dias 25 e 26 respectivamente.
As visitas mediadas mensais são organizadas em parceria com a historiadora Viviane Comunale e o pesquisador Thiago de Souza, criador do projeto “O que te assombra?”. O objetivo é preservar a memória histórica da cidade e do país e celebrar o legado de personalidades importantes.
No sábado (25), às 18h, a visita intitulada “Necrópole São Paulo e Suas Vozes” destaca o valor histórico e cultural do espaço. O cemitério abriga obras de arte de renomados artistas, como Galileo Emendabili, Alfredo Oliani e Victor Brecheret. Entre os personagens históricos sepultados no local estão o cineasta e ator José Mojica Marins, o dramaturgo Antônio Abujamra e o jogador de futebol Arthur Friedenreich.
No domingo (26), às 10h, a visita “Araçá e Suas Vozes” passará pelo jazigo de Eunice Paiva, falecida em 13 de dezembro de 2018. Esposa do deputado Rubens Paiva, vítima da ditadura militar, ela se tornou um símbolo na luta pelos direitos humanos e inspirou o livro Ainda Estou Aqui, do filho, Marcelo Rubens Paiva, agora adaptado ao cinema.
História de Eunice Paiva
Eunice foi esposa do deputado Rubens Paiva, preso político torturado e morto em um quartel do Exército no Rio de Janeiro em janeiro de 1971. Em 1987, a advogada fundou o Instituto de Antropologia e Meio Ambiente (IAMA), ONG que atuou até 2001 na defesa e autonomia dos povos indígenas. Em 1988, Eunice foi consultora da Assembleia Nacional Constituinte, que promulgou a Constituição Federal Brasileira. Atuou com destaque na promulgação da Lei 9.140/95, que reconhece como mortas as pessoas desaparecidas em razão de participação em atividades políticas durante a ditadura militar. Em 1996, após 25 anos de luta pela memória e justiça pelo marido, conseguiu que o Estado brasileiro emitisse oficialmente o atestado de óbito de Rubens Paiva.
*As Inscrições começam dia 20/01, no link que será disponibilizado na página https://www.instagram.com/oqueteassombra/
“Necrópole São Paulo e Suas Vozes”. Sáb. (25), às 18h, no Cemitério São Paulo. Rua Cardeal Arcoverde, 1250 – Pinheiros.
“Araçá e Suas Vozes”. Dom. (26), às 10h, no Cemitério Araçá. Avenida Doutor Arnaldo, 666 – Pacaembu.
Fonte Veja SP